Pe. Marco Antonio Forero (esquerda) e Pe. Marco Antonio Schettini (direita) em frente da capela do Seminário |
Pe. Marco Antonio Shettini chegou chegou ontem a Brasília para ministrar a palestra, cujo tema é A Fé e a Razão nos Padres Alexandrinos, em nossa II Semana Teológica 2010.
Na manhã de hoje, a 06:30hs, Pe. Shettini presidiu a Santa Missa para os seminaristas do Seminário Maior de Brasília.
E neste momento ele está tratando da Fé e a Razão nao Patristica, destacando que a Sabedoria de Deus, tema presente no judaísmo helenístico, tendo seu desenvolvimento em Alexandria, por volta dos primeiros tempos do cristianismo, cerca dos anos 30 ou 40 de nosso período. Foi nesse contexto destacou-se Filão de Alexandria.
Filão de Alexandria foi um destacado filósofo judeu helenista (20 a.C. – 50 d.C.). É uma testemunha importante do cânon por três razões (1) a sua vida se sobrepõe no tempo com a vida terrenal de Jesus; (2) era judeu e vivia em Alexandria, o suposto berço do hipotético cânon mais extenso do Antigo Testamento; e (3) conhecia e utilizava profusamente as Escrituras.
Pela biografia de Filão notamos que ele viveu no mesmo período de Paulo Apóstolo. Nessa época nota-se também que a filosofia grega estava em busca da saberia do mundo. Porém, os gregos se deixavem iludir pela saberia dos homens, deixando de lado Deus. A filosofia grega manifesta certo pressentimento do Deus único. Paulo chegou a escrever aos Colosenses para que ninguém se deixasse seduzir pela sabedoria dos gregos (helenistas).
Em andamento a pelestra do Dr. Pe. Marco Antonio Shettini.
Texto e Fotos:
Devanilson Álvares de Souza
Durante os primeiros séculos a Igreja teve de lutar por sua existência e, oprimida por sangrentas perseguições, pouca possibilidade deparou-se para dedicar-se ao trabalho teológico.
Os padres apostólicos petem as palavras das Sagradas Escrituras e as aplicam à vida. Os apologistas estudam a doutrina filosóica do Logos e a inserem na Cristologia, para tornar mais bem aceita nos ambientes cultos.
Os padres antignosticos: Irineu, Tertuliano, Hipólito, lutaram contra a falsa sabedoria, a qual procurava penetrar no cristianismo e corrompê-lo. Neste tempo, em Alexandria - Egito, nasce a primeira escola teológica (porque não dizer, o primeiro curso de ensino superior de teologia de Alexandria), cujos pioneiros foram Clemente de Alexandria e Origenes, os quais foram profundamente influenciados pelo platonismo.
Clemente (+ 215), escreve sua trilogia: Protreious; Paedagogus; Strona, com o objetivo de definir a essência do cristianismo, contra o judaismo, helenismo e as heresias.
Origenes (+ 253/254) é o mais importante sistemático da antiguidade e expõe sua doutrina no "De principius", que chegou até nós em tradução latina com fragmentos gregos.
Segundo uma tradição muito antiga, o primeiro cristão que chegou a Alexandria para predicar a nova religião foi São Marcos. Este sucedia no ano 61 de nossa era. A mesma tradição conta que o primeiro cristão convertido foi Aniano, de ofício, sapateiro. São Marcos curou-lhe a ferida de uma mão e ao mesmo tempo falou-o do significado do cristianismo. Desde esses tempos de predicação, os cristãos de Alexandria e do resto do Egito mantiveram uma grande tradição evangélica. São Marcos foi perseguido sob o mandato do imperador Nero que no ano 62 foi martirizado e morto. Desde então até a época do imperador Trajano (começo do século II), os cristãos tiveram que ocultar suas crenças, ameaçados pelas perseguições. A partir deste momento se permitiu com tolerância estender-se por toda a cidade de Alexandria e pouco a pouco, ao longo de todo o vale do Nilo.
No século II, Panteno e, posteriormente, Clemente de Alexandria e seu discípulo Orígenes estabeleceram nesta cidade um verdadeiro seminário de teólogos, até tal ponto que o resto da cristandade os olhava com certo receio. É o que se conhece como Escola Catequética de Alexandria. Ao chegar o século IV, com o imperador Constantino I o Grande; existiam graves dissenções cristãs no Norte da África e em Alexandria. As tensões com o resto da comunidade cristã conduziram ao cisma com a aparição demasiada do presbítero Ário e sua doutrina, o arianismo. Por esta razão, o imperador convocou o concílio de Niceia, onde se estabeleceram as bases do credo (declaração resumida da fé cristã).
Por outra parte, se desencadeou uma aberta rivalidade entre as duas cidades mais importantes do momento: Constantinopla e Alexandria. Esta rivalidade afetou bastante aos eternos debates teológicos sobre a natureza ou naturezas de Cristo. Era a “guerra” entre os monofisitas e os ortodoxos da Calcedônia.
Porém as lutas e disputas entre cristãos continuaram sem retificação e já no século VI, no ano 553, no segundo concílio de Constantinopla, com o imperador romano Justiniano I à frente, foi declarada herética a ortodoxia dos cristãos de Alexandria que seguiam enfrentando aos cristãos de Calcedônia. Nos últimos anos de mandato deste imperador, os monofisitas da Síria começaram a organizar sua igreja separada do resto dos cristãos, com uma estrutura própria.
Quando o povo árabe muçulmano chegou ao plano de conquista do Egito no ano 641, deram o nome de qubt ao cristão de Alexandria. Esta é a palavra que conhecemos como copto. O símbolo da cruz de Cristo começou a se usar em Alexandria, entre os cristãos coptos. Foi um costume que nasceu ali; o qual se sabe que não existia nas catacumbas nem no lábaro de Constantino que levava um cristograma.
Tratemos um pouco mais da ESCOLA DE ALEXANDRIA:
O sistema interpretativo da Escola de Alexandria, tem influência direta da filosofia grega, principalmente de dois filósofos muito importantes. O primeiro é Heráclito. Ele criou o conceito de “huponóia”, que significa, um sentido mais profundo. Para ele, o verdadeiro sentido estava além das palavras. O segundo era Platão, ele formou um conceito de que o mundo em que vivemos é apenas uma representação do que existe no mundo perfeito das realidades imateriais, o “mundo das idéias”. Fílon de Alexandria, também foi influenciado pelos filósofos Gregos na questão de que a verdade se encontra alegoricamente oculta além da letra e da realidade visível.
A Escola de Alexandria usava uma teologia com base na interpretação alegórica da Bíblia, formada pela combinação entre a erudição filosófica grega e as verdades fundamentadas no evangelho. Para essa escola, a bíblia tinha a função de narrar os acontecimentos, sugerir ensinos, conceitos morais e exigir a busca de um sentido mais profundo. Seus principais representantes foram: Panteno (fundador), Clemente de Alexandria (150-215) e Orígenes (185-253).
Clemente de Alexandria: Foi o primeiro a lidar seriamente com questões de interpretação bíblica. Usava a interpretação alegórica para descobrir o sentido oculto das passagens bíblicas e harmonizar os dois testamentos. Para ele, o objetivo de Deus em revelar-se alegoricamente era para ocultar a verdade dos incrédulos e descortiná-la apenas para os realmente espirituais.
Orígenes: Era um estudioso muito respeitado, para ele, a melhor maneira de se compreender a bílbia, é através da perspectiva platônica. Para ele, a bílbia contém segredos que somente a mente espiritual pode compreender. O sentido literal é valioso, mas algumas vezes obscurece o sentido primordial, que é o sentido espiritual. O sentido literal é apenas para os neófitos, mas o espiritual é para os maduros na fé. Orígenes influenciou muitos Pais da Igreja como: Dionísio o Grande, Eusébio de Cesaréia e Cirilo de Alexandria.
Durante os primeiros séculos a Igreja teve de lutar por sua existência e, oprimida por sangrentas perseguições, pouca possibilidade deparou-se para dedicar-se ao trabalho teológico.
Os padres apostólicos petem as palavras das Sagradas Escrituras e as aplicam à vida. Os apologistas estudam a doutrina filosóica do Logos e a inserem na Cristologia, para tornar mais bem aceita nos ambientes cultos.
Os padres antignosticos: Irineu, Tertuliano, Hipólito, lutaram contra a falsa sabedoria, a qual procurava penetrar no cristianismo e corrompê-lo. Neste tempo, em Alexandria - Egito, nasce a primeira escola teológica (porque não dizer, o primeiro curso de ensino superior de teologia de Alexandria), cujos pioneiros foram Clemente de Alexandria e Origenes, os quais foram profundamente influenciados pelo platonismo.
Clemente (+ 215), escreve sua trilogia: Protreious; Paedagogus; Strona, com o objetivo de definir a essência do cristianismo, contra o judaismo, helenismo e as heresias.
Origenes (+ 253/254) é o mais importante sistemático da antiguidade e expõe sua doutrina no "De principius", que chegou até nós em tradução latina com fragmentos gregos.
Segundo uma tradição muito antiga, o primeiro cristão que chegou a Alexandria para predicar a nova religião foi São Marcos. Este sucedia no ano 61 de nossa era. A mesma tradição conta que o primeiro cristão convertido foi Aniano, de ofício, sapateiro. São Marcos curou-lhe a ferida de uma mão e ao mesmo tempo falou-o do significado do cristianismo. Desde esses tempos de predicação, os cristãos de Alexandria e do resto do Egito mantiveram uma grande tradição evangélica. São Marcos foi perseguido sob o mandato do imperador Nero que no ano 62 foi martirizado e morto. Desde então até a época do imperador Trajano (começo do século II), os cristãos tiveram que ocultar suas crenças, ameaçados pelas perseguições. A partir deste momento se permitiu com tolerância estender-se por toda a cidade de Alexandria e pouco a pouco, ao longo de todo o vale do Nilo.
No século II, Panteno e, posteriormente, Clemente de Alexandria e seu discípulo Orígenes estabeleceram nesta cidade um verdadeiro seminário de teólogos, até tal ponto que o resto da cristandade os olhava com certo receio. É o que se conhece como Escola Catequética de Alexandria. Ao chegar o século IV, com o imperador Constantino I o Grande; existiam graves dissenções cristãs no Norte da África e em Alexandria. As tensões com o resto da comunidade cristã conduziram ao cisma com a aparição demasiada do presbítero Ário e sua doutrina, o arianismo. Por esta razão, o imperador convocou o concílio de Niceia, onde se estabeleceram as bases do credo (declaração resumida da fé cristã).
Por outra parte, se desencadeou uma aberta rivalidade entre as duas cidades mais importantes do momento: Constantinopla e Alexandria. Esta rivalidade afetou bastante aos eternos debates teológicos sobre a natureza ou naturezas de Cristo. Era a “guerra” entre os monofisitas e os ortodoxos da Calcedônia.
Porém as lutas e disputas entre cristãos continuaram sem retificação e já no século VI, no ano 553, no segundo concílio de Constantinopla, com o imperador romano Justiniano I à frente, foi declarada herética a ortodoxia dos cristãos de Alexandria que seguiam enfrentando aos cristãos de Calcedônia. Nos últimos anos de mandato deste imperador, os monofisitas da Síria começaram a organizar sua igreja separada do resto dos cristãos, com uma estrutura própria.
Quando o povo árabe muçulmano chegou ao plano de conquista do Egito no ano 641, deram o nome de qubt ao cristão de Alexandria. Esta é a palavra que conhecemos como copto. O símbolo da cruz de Cristo começou a se usar em Alexandria, entre os cristãos coptos. Foi um costume que nasceu ali; o qual se sabe que não existia nas catacumbas nem no lábaro de Constantino que levava um cristograma.
Tratemos um pouco mais da ESCOLA DE ALEXANDRIA:
O sistema interpretativo da Escola de Alexandria, tem influência direta da filosofia grega, principalmente de dois filósofos muito importantes. O primeiro é Heráclito. Ele criou o conceito de “huponóia”, que significa, um sentido mais profundo. Para ele, o verdadeiro sentido estava além das palavras. O segundo era Platão, ele formou um conceito de que o mundo em que vivemos é apenas uma representação do que existe no mundo perfeito das realidades imateriais, o “mundo das idéias”. Fílon de Alexandria, também foi influenciado pelos filósofos Gregos na questão de que a verdade se encontra alegoricamente oculta além da letra e da realidade visível.
A Escola de Alexandria usava uma teologia com base na interpretação alegórica da Bíblia, formada pela combinação entre a erudição filosófica grega e as verdades fundamentadas no evangelho. Para essa escola, a bíblia tinha a função de narrar os acontecimentos, sugerir ensinos, conceitos morais e exigir a busca de um sentido mais profundo. Seus principais representantes foram: Panteno (fundador), Clemente de Alexandria (150-215) e Orígenes (185-253).
Clemente de Alexandria: Foi o primeiro a lidar seriamente com questões de interpretação bíblica. Usava a interpretação alegórica para descobrir o sentido oculto das passagens bíblicas e harmonizar os dois testamentos. Para ele, o objetivo de Deus em revelar-se alegoricamente era para ocultar a verdade dos incrédulos e descortiná-la apenas para os realmente espirituais.
Orígenes: Era um estudioso muito respeitado, para ele, a melhor maneira de se compreender a bílbia, é através da perspectiva platônica. Para ele, a bílbia contém segredos que somente a mente espiritual pode compreender. O sentido literal é valioso, mas algumas vezes obscurece o sentido primordial, que é o sentido espiritual. O sentido literal é apenas para os neófitos, mas o espiritual é para os maduros na fé. Orígenes influenciou muitos Pais da Igreja como: Dionísio o Grande, Eusébio de Cesaréia e Cirilo de Alexandria.
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